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Sopor Aeternus & The Ensemble Of Shadows - Flowers In Formaldehyde
Postado por La Fleur du Mal [BrunaF.] em quinta-feira, 27 de dezembro de 2007.

"...pois que a decadência nunca teve um aroma tão doce".
Mick Mercer, sobre o Sopor Aeternus.

Durante muitos anos, pouco se soube sobre essa banda alemã. Seus primeiros lançamentos praticamente não traziam informações sobre os integrantes, que, complicando a situação, não se apresentam ao vivo. Além da música em si, havia apenas a referência visual das capas de três fitas de demonstração gravadas entre 89 e 92: Es reiten die Toten so schnell, a única oficialmente lançada (o título é uma leve deturpação de um verso de Leonor, de Gottfried August Bürger - citada no Drácula de Bram Stoker - que significa "porque os mortos cavalgam rápido..."); Rufus on my lips e Till time and times are done. Uma dessas imagens - uma foto fantasmagórica - lembra símbolos de "perigo de morte" mostrando alguém que segurava fêmures em mãos dotadas de enormes unhas negras, cruzando-os sobre um rosto branco cujos olhos se resumiam a dois borrões. Bastou: o mistério se instaurara...
Sua sonoridade trazia certa influência das bandas eletro-góticas alemãs da década de 80, mas algumas faixas instrumentais, como "Omen Sinistrum", apontavam uma acentuada gravidade fúnebre que os diferenciava. A voz variava de um tom provocativo à lamúria em tons agudos e as letras dessas primeiras faixas enfocam a morte e os mortos-vivos.Pouco tempo se passou até que surgissem as primeiras entrevistas, todas repletas de respostas pouco esclarecedoras que nos revelam apenas parcos elementos. O primeiro deles foi, obviamente, o nome (artístico) daquele "espectro" que se provou ser o vocalista da banda: Varney... Para os apreciadores do vampirismo, este nome não podia ser desvinculado da sanguessuga que protagoniza o folhetim Varney the Vampyre, or the Feast of Blood (1847), atribuído ao autor James Malcom Rymer.
Tais coincidências não deixam margem para dúvidas quanto à origem de seu nome artístico e do título da faixa que os tornou lendários no underground gótico.Neste período, a morte - que está até mesmo sugerida no nome da banda - é tratada com intimidade: sopor aeternus significa "sono eterno" em latim. Segundo palavras nebulosas de Varney, este nome também nos lembra do fato de que "nada morre, deuses principalmente, eles apenas esperam que alguém se atreva a se lembrar deles..." e ilustra o fato de vivermos num "limbo ilusório", uma penosa "morte-em-vida da qual é necessário acordar". Análises mais ponderadas revelariam que, sob o aparente vampirismo raso das letras deste período, espreitam mórbidas parábolas de desapego material, inspiradas talvez pela doença que por pouco não cegou Varney.
Entre as perguntas inicialmente evitadas, estava a básica "como a banda foi fundada?". Anos se passaram até que finalmente surgissem respostas objetivas à ela. Hoje sabemos que Varney conheceu duas pessoas na casa noturna Negativ, em Frankfurt. Suas críticas sobre uma banda que se apresentava os levou a engrenar conversas que logo gerariam um esboço inicial do Sopor Aeternus. A escolha pelo anonimato, a recusa em se apresentar e a escassez de informações divulgadas - postura que Varney define como "exibicionismo introvertido" - engendraram tantas conjecturas que não é mais possível discernir o que é lenda entre os fatos. Isso deu margem para que a banda se tornasse um conceito, transformando a figura lutuosa que a representa numa egrégora de tudo o que expressa, uma verdadeira entidade de melancolia e dor. Como dizia Oscar Wilde, "dê uma máscara ao homem e ele dirá a verdade". Após 20 anos de depressão e misantropia, foi escondendo-se sob o nome de um morto-vivo vitoriano que este artista encontrou sua válvula de escape...". Fonte: Carcasse

Flowers In Formaldehyde:
http://rapidshare.com/files/79322193/Sopor_Aeternus_-_Flowers_In_Formaldehyde_-_MCD_-_2004.zip.html

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