Postado por Henrique Tonin
em segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008.
Esse álbum é um dos grandes consolos (para o que quer que seja) na minha vida.
Almendra surgiu em fins dos anos 60 na Argentina, na época da gestação do rock nacional, mas manteve-se afastado das gravadoras, dos movimentos e do próprio underground, o que o salvou de alguns preconceitos, limitações e clichês.
A capa foi desenhada pelo vocalista, Luis Alberto Spinetta, que tinha medo dos artistas gráficos insensíveis da gravadora. Um álbum profundo, belíssimo, com passagens semi-acústicas e doces, elétricas e mais obscuras, instrumentais longos e letras belíssimas. Nele, o letrista estreante Spinetta deu as primeiras demonstrações do que o faria mais tarde ser visto como um gênio e um dos pais do rock argentino.
As harmonias de Edelmiro Molinari, as vozes e toda a "atmosfera" do álbum também merecem atenção. Ao meu ver, é um dos mais transcendentes dentro da psicodelia dos anos 60, que em alguns casos só deixou como rastros músicas bonitinhas, boas performances e nomes bombásticos.
As faixas foram numeradas segundo um código criptográfico que aparece na contracapa:
2 - 7: "faixas que canta o homem da capa desmaiado no vazio."
1- 3 - 6 - 8: "Faixas que estão no brilho da lágrima de mil anos que chora o homem da capa."
4 - 5 - 9: "Faixas que contam os homens a essa lágrima do homem da capa, atados a seus destinos."
Integrantes: Luis Alberto Spinetta - guitarra, voz e piano Rodolfo García - bateria, voz e percussão Emilio Del Guercio - baixo, voz, órgão e piano Edelmiro Molinari - guitarra, voz e órgão