"Como há milhares de anos, outros olhos estão abrindo passagem por entre os ossos do crâneo (...)" (Ernesto Sábato; Abadón el exterminador).Esta é uma das obras mais profunda que ouvi até hoje. Os músicos envolvidos são franceses e suíços, com uma obra relativamente ampla, se considerarmos todos os projetos em que estão envolvidos. Dois dos projetos anteriores já foram postados no blog (Plaisow e EKYU); mas creio que nenhum deles atingiu a profundidade aterradora deste.
Desde o início, me deu a impressão de uma música aprendida em profundidades infernais, em um mundo disforme e abissal, e rememorada nota a nota; mais por impulso fisiológico que por obra consciente. Para falar em termos gerais, as músicas me remetem a Peter Brötzmann e Evan Parker.Não consigo ouvir o sax sem sentir uma intensidade desgarradoda de um ser que grita, treme, chora, exulta. Algumas passagens me reconduzem à lembranças que não sei se são minhas, e depois os clusters do piano me despertam e me sinto soterrado pela certeza de uma solidão inapelável. E o sax me desequilibra novamente e me faz exultar, como se presenciasse um milagre.Download parte 1Download parte 2Tlön5:
Eric Pailhe - tenor saxophon
johann bourquenez - piano
Diatribes:
D'incise - laptop&objects
Cyril Bondi - drums & percussions
Gaël Riondel - tenor saxophon & flute
Christophe Berthet - alto & baryton saxophon
Johann bourquenez - piano
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