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Yohnosago - Album 1 (Descuento) (2005)
Postado por Henrique Tonin em terça-feira, 28 de outubro de 2008.
Na confusão das últimas décadas, é difícil encontrar um lugar em que se possa pousar a cabeça com a garantia de que ela descansará em paz.


Para os filarmonistas tardios, os pseudo-céticos e os conservadores, há falsas almofadas em profusão. Mas, para aqueles cuja excessiva sensibilidade deixou como último refúgio a loucura, há alguns micro-cosmos a vislumbrar em meio ao caos e à matéria que se dissolve.


Yohnosago é uma das experiências sonoras menos complacentes dos últimos anos e que, por sua sincera recusa em repetir o que vem sendo feito há séculos, nos conforta. A banda chegou a ser considerada a grande promessa do "avant-garde rock", por volta de 2002, competindo com os compatriotas do Akinetón Retard, numa época em que as duas surgiam como as grandes propostas da década para o rock progressivo (?), a improvisação livre e a música de câmara contemporânea.


No período de obscuridade que se seguiu, experimentou diversas formações, trocas constantes de músicos, formatos eletro-acústicos, post-rock, improvisação total, guitarras pesadas, influências de Varèse, Zappa, Fred Frith, Henry Cowel (não confundir com Henry Cow), John Zorn, música concreta, música abstrata, etc.


Independentemente desse histórico algo tumultuado, posso dizer que é um dos grupos mais "personais" numa cena que se convencionou chamar de Rock In Opposition, embora anos e diferenças as separem do festival ocorido em Londres (1978) e de suas bandas.


Ao contrário da grande maioria desta cena, Yohnosago recusa a melodia e as harmonias mais entranháveis, de outros grupos contemporâneos. Sua música é obscura, àspera e não se dirige diretamente a ninguém. Dá a sensação de distanciamento de algumas composições do Henry Cow, da solidão intransponível de uma música no cosmos. Mas isso não significa uma única direção sendo seguida... Passagens de puro noise, mergulhos macabros no humano e no inumano (à la Univers Zero, Art Zoyd e Nazca), guitarras agressivas, etc. permeiam sua música.





Faixas:
1. Depósito Ausente (11:39)
2. Enrique (13:16)
3. Entomólogo (11:55)
4. Sr. Osago (9:46)
5. Treme (6:23)
6. Evangélico (12:38)

Tempo total 65:37

Músicos:
- Santiago Astaburuaga / baixo fretless
- Santiago Blanco / guitarra
- Juan Pablo Cáceres / bateria, trompete, sintetizador, tape manipulation
- Nicolás Carrasco/ sintetizador, rádio, tape manipulation
- Felipe Maino / violino

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