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Apontamentos do Século XX
Postado por Thiago Miotto em quarta-feira, 22 de abril de 2009.



Há tempos pesquiso e medito um bocado a respeito da música do século XX e suas implicações em todos os sentidos. Gostaria de compartilhar um pouco alguns dos momentos que, já tendo repercurtido ou não, creio, mudaram ou mudarão muito do futuro da música e das formas de percepção daquelas que mergulharem de cabeça na mesma. Abaixo vocês poderão ter alguma idéia de vários apontamentos do Século XX: releituras das antigas tradições tonais; músicas sem resolução; dodecafônicas ou sem centro tonal; músicas que se utilizam de manipulação concreta, que utilizam materiais antes não vistos como musicais e ou não utilizados no resultado sonoro final; que utilizam o acaso, o indeterminismo e a impossibilidade do silêncio fora do vácuo; música impossível de ser executada por seres humanos; músicas baseadas totalmente na Matemática, na improvisação, no cerebral; que se utilizam de todo espectro auditivo humano; músicas baseadas na não-repetição de elementos, ou baseadas na máxima repetição e nos tons mínimos; novas propostas de escrita, interpretação, visualização e improvisação; músicas como espelho de uma vivência social e ou que refletem uma percepção individual do mal-estar no mundo contemporâneo...

Sei que inúmeros compositores e ou instrumentistas importantíssimos (como Arnold Schöenberg e Ornette Coleman, para citar apenas dois que participam praticamente de momentos vistos como antagônicos na música do Século XX) ainda estão fora da lista, mas não consegui encontrar muitos dos vídeos que queria no youtube.

Aguardo possíveis comentários, críticas e sugestões. Façam bom proveito e pesquisem a respeito; há, a meu ver, um universo de possibilidades infinitas dentro da Música e cabe apenas a nós conseguir mergulhar de cabeça e sobreviver ao mundo dos sons e silêncios, criando, estudando ou apenas deixando-se imergir por tudo o que a existência pode nos dar de mais belo e perturbador, fugindo da cegueira do lugar-comum em matéria de vivência e percepção.

Não vou tecer maiores comentários ou postar críticas e estudos já realizados sobre momentos, escolhas e obras, pois quero que vocês possam tecer suas próprias conclusões e pesquisarem sem se deter em possíveis reducionismos.

Boa sorte.



Igor Stravinski - The rite of spring (Part 1)
Charles Ives - The Unanswered Question
Anton Webern - Symphonie op.21
Edgard Varèse - Ionisation
Pierre Schaeffer - "etude aux chemins de fer"
Karlheinz Stockhausen - Klavierstuck X (1/3)
Pierre Boulez - Polyphonie X (1/3)
Morton Feldman: Projection IV (1951)
György Ligeti - Atmospheres
György Ligeti - Poème Symphonique For 100 Metronomes
Conlon Nancarrow - Study for Player Piano no. 5
Iannis Xenakis - Metastasis (Spectral View)
John Cage - 4'33''
John Coltrane - Giant Steps
Luciano Berio - Sinfonia (1968)
The Peter Brötzmann Octet - Machine Gun
Globe Unity Orchestra - Germany 1970 Part 2
Krzysztof Penderecki - Threnody for the Victims of Hiroshima
Steve Reich - Music for 18 Musicians (Beginning)
Schlippenbach - Parker - Lovens - 4
The Flying Luttenbachers - "Trauma" video total destruction
Brian Ferneyhough - Cassandra's Dream Song
Anthony Braxton - 12+1tet, 9 Compositions (Iridium) 2006

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