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Três dias de improviso em Sampa e Bauru
Postado por Thiago Miotto em sábado, 4 de setembro de 2010.



Os espaços que vez por outra abrigam música contemporânea no Estado de São Paulo tanto no campo da moderna música de concerto quanto na improvisação livre parecem finalmente se agitar um pouco. Confesso que estou devendo postagens nesse sentido por aqui e pretendo retomar nesse post a divulgação e comentários a respeito do que puder conferir.

Em Setembro agora teremos três shows que marcam a estréia mundial de um quarteto que promete ser uma das grandes apresentações de música livre que já passaram nessas terras. Segue um pouco sobre os músicos e a grande música que prometem:

Ivo Perelman é um velho conhecido dos amantes de free-jazz. Brasileiro radicado em Nova Iorque, Ivo tocou vários instrumentos antes de optar pelo sax tenor como instrumento principal. Seu sopro melódico e intenso remete aos grandes mestres do sax moderno; sempre incançável na busca de novas propostas, Perelman caminha com grande domínio no free-jazz, na improvisação livre e por vezes em composições mais próximas da música moderna de concerto. Há pouco tempo, quem conferiu a vinda de Peter Brötzmann com seu projeto Full Blast e posteriormente de Phil Minton, Veryan Weston, Mark Sanders e Luc Ex, sabe da riqueza da música de Ivo.

Joe Morris, mais conhecido por seu trabalho como guitarrista, nos presentes shows tocará baixo. Em sua pegada única podemos notar um flerte dos antigos mestres do free com mestres do sofisticado jazz de cunho tonal e modal. O resultado é simplesmente a guitarra livre mais coerente desde há muito; se Bailey, Pass e Sharrock foram extremamente importantes para a guitarra atual, Morris não fica atrás.

Matthew Shipp é outro importantíssimo músico atual. Pianista multifacetado, Shipp caminha mais ativamente na improvisação e seus arredores, tendo também trabalhado em parcerias pouco usuais com músicos que utilizam de eletrônicas e hip hop. Sua pegada algumas vezes é comparada a Cecil Taylor por sua faceta percussiva.

Confesso não conhecer bem o trabalho de Gerald Cleaver e, pesquisando, encontrei algumas participações esparsas. Numa primeira impressão, o baterista me pareceu seguir uma escola mais tradicionalista e americana, longe da bateria de cunho mais "abstrato" vista já há algum tempo na música improvisada da escola européia.

Enfim... preciso falar mais? Imperdível pra todo amante de música contemporânea. Seguem os dias e locais onde vão rolar as apresentações:

09/09 - SESC Pompeia
10/09 - SESC Bauru
11/09 - SESC Osasco

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