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Cos - Viva Boma (1976)
Postado por Henrique Tonin em segunda-feira, 15 de novembro de 2010.


Tenho andado muito incerto sobre o que postar aqui. Não sei em que medida é válido simplesmente postar sons de qualidade - e o que isso significa? -, já que há tantos blogs por aí que cumprem essa função. Mas como as obras mais desafiadoras e mais significativas para mim já foram postadas pelos camaradas do blog, vou me contentar com algo mais humilde.
Cos é um dos meus grupos favoritos nesse país de tantos e tão bons grupos que é a Bélgica. Viva Boma é o seu segundo álbum de estúdio, e na minha opinião um dos dois melhores. É difícil, e quase supérfluo, falar sobre o estilo; o Cos freqüentemente é referido simplesmente como a versão belga do ZAO. Na verdade, cada álbum apresenta um estilo diferente, com algumas invariantes, que podem dar uma vaga idéia de como é a sua música.

Tanto na composição quanto no uso dos instrumentos, há uma influência imensa de grupos freqüentemente "ensacados" na definição genérica de Canterbury Scene (desde Hatefield and The North a Gilgamesh); mas há afinidades interessantíssimas com o zeuhl e o jazz, e sobretudo a voz inconfundível de Pascale Son, que usa sílabas sem sentido sugerindo algo semelhante a uma linguagem falada. 

É um álbum para ser ouvido do início ao fim, sem pressa e sem medo. No final ainda há surpresas recompensadoras, como Mon Rebis; música que começa sem os toques psicodélicos e surrealistas, apenas com os arpeggios de Daniel Schell acompanhados pela voz de Pascale Son, até a entrada dos demais instrumentos, quando a música se torna sinuosa e coleante pelo efeito do sax de Marc Hollander (futuro Aksak Maboul).

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