Postado por Henrique Tonin
em domingo, 6 de maio de 2012.
Falar sobre John Cage seria uma tarefa complicada. Este post não é exatamente uma introdução à sua obra — muito menos algo que reflete, pontualmente, suas buscas como compositor e homem. O que fiz foi uma seleção das suas obras seguindo um critério puramente subjetivo: aquelas que considero especialmente tocantes.
Em poucas palavras, este post é uma tentativa de dividir - com uma pessoal especial para mim - as experiências tão significativas que estas obras me permitiram um dia.
Obscure No. 5 - Jan Steele / John Cage: Voices and Instruments (1976)
O título do álbum e a associação dos nomes de Jan Steele e John Cage
podem causar alguma estranheza. Isso porque o álbum, na verdade, é um
lançamento da extinta gravadora Obscure, de Brian Eno, com
uma seleção de obras dos dois compositores executadas por convidados
especiais (Fred Frith, Carla Bley, Robert Wyatt, entre outros).
Uma delas é uma das suas composições que considero mais belas (se é que o adjetivo não é uma restrição das intenções do compositor): a peça para piano In a Landscape, executada por Richard Bernas.
In a Landscape reúne principalmente obras do período compreendido entre 1938 e 1948, entre elas algumas das que eu considero mais belas: a própria peça In a Landscape, a Suite for Toy Piano e Dreams.
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(Mp3)
John Cage - Annelie Gahl, Klaus Lang
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Melodies & Harmonies (2010)
Este álbum reúne versões para violino e piano elétrico das Six Melodies (de 1950) e das Thirteen Harmonies (de 1985). As harmonias foram compostas seguindo o mesmo impulso do String Quartet in Four Parts, enquanto as melodias eram consideradas por John Cage como um post-scriptum do mesmo. As Thirteen Harmonies são arranjos de Roger Zahab, feitos com o consentimento do compositor, a partir das 44 Harmononies (movimento da obra Apartment House 1776, for voices and instruments, de 1976).