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Acid Mothers Temple and The Melting Paraiso U.F.O. - Electric Heavyland (2002)
Postado por Alphonse van Worden em terça-feira, 26 de agosto de 2008.


2002

Alien8 Records

1. Atomic Rotary Grinding God (15:43)
2. Loved And Confused (17:02)
3. Phantom Of Galactic Magnum (18:57)

- Cotton Casino / vocals, synthesizer, beer e cigarette
- Tsuyama Atsushi / monster bass, cosmic joker
- Higashi Hiroshi / synthesizers, dancin' king
- Koizumi Hajime / drums, sleeping monk
- Kawabata Makoto / guitars, speed guru


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Ao postar aqui o monumental Recurring Dream and Apocalypse of Darkness, um dos últimos lançamentos do grão-ronin do estraçalhamento transpsicodélico, o honorável Makoto Kawabata, e sua gang patafísica de propagadores de lisergia terminal, o Acid Mothers Temple & The Melting Paraiso U.F.O., afirmei ser o dito álbum "um coquetel molotov de metalurgia sônica concentrada como eles não lançavam desde o antológico Electric Heavyland (2002)". Assim sendo, agora aproveito para retornar ao blog disponibilizando esse verdadeiro Monte Everest da psicodelia mais hellraiser da galáxia. Electric Heavyland é o mais blasfemo grimoire, o luciferino Graal de toda uma insigne linhagem, iniciada pelos míticos Hadaka no Rallizes, e dedicada às lides da obliteração sônica via muralhas rutilantes de white noise e maremotos percussivos. Há também que louvar a determinação e coragem necessárias à criação de uma obra como essa, cuja espartana, monocromática unidimensionalidade, não permite o recurso a quaisquer expedientes diversionários de aliciamento, tal como sói ocorrer mesmo com os mais temerários argonautas do delírio übber-rockist: o que temos aqui, sem disfarces, adornos ou estratégias de sedução, é toda a selvageria primordial do rock'n'roll, desde o primeiro uivo lancinante de shoutin' blues a trovejar nos algodoais do deep south, concentrada / sublimada num inolvidável ritual satânico de êxtase elétrico.

O que temos aqui, pois, são 3 assombrosas jams ultra/mega/hiper-psicodélicas, avalanches incontroláveis de microfonia despejadas por Kawabata formando walls of sound de energia vulcânica em estado magmático, ladeadas pelos a um só tempo lancinantes e hipnóticos space whispers de Cotton Casino, as devastadoras rajadas metálico-percussivas de Koizumi, a catatonia trovejante do baixo de Tsuyama e as espectrais muralhas alucinatórias de found sounds e efeitos eletrônicos produzidas pelos synths de Higashi e Casino.

Enfim... that’s all, folks, mas com a velha e cautelosa dica de costume: é uma obra aconselhável apenas para os mais afeitos a turbulentos cataclismas sonoros, isto é, para maníacos dotados de ouvidos devidamente ‘formatados’ por anos e mais anos de experiência com mutilações sonoras da mais alta periculosidade e octanagem, não digais depois que não vos avisei!

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