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Béla Bartók - Cantata Profana
Postado por Andre Carvalho em segunda-feira, 25 de julho de 2011.






Há muito poucas apresentações e gravações desta maravilhosa obra de Bartók, e isto pela complexidade e grande número de artistas que ela exige para ser executada.

Como o próprio título sugere, A 'Cantata Profana' não se trata de uma obra de inspiração religiosa, visto que Bártok não era um homem de convicções religiosas, mas de profundo idealismo humanista.

Bartók a compôs logo após a lista criada pelos nazistas para classificar os compositores que faziam música "degenerada"; Bartók não entrou nessa lista inicialmente, e depois de ter visto nomes de amigos seus e outros grandes compositores serem tachados dessa forma, Bartók sentiu-se imensamente encolerizado, compondo então esta peça para que sua obra também fosse classificada como "degenerada". E é evidente notar-se isso pelos primeiros três minutos extremamente opressores que a obra possui, fazendo clara referência a opressão política.



A história vem de um conto cristão natalino tradicional da Romênia, que mas tarde após seus estudos, Bartók descobrira ser profundamente influenciado pela religião pagã. O texto é uma tradução própria de Bartók do romeno para o húngaro.


Neste conto, um pai ensina seus 9 filhos a arte da caça; após estes ensinamentos, um dia os nove filhos saem então para caçar, e após cruzarem uma ponte mal assombrada, os 9 transformam-se em cervos. O pai, que não vê seus filhos retornarem da caça, sai em busca deles, e após encontrar os cervos e reconhecer os arcos em suas costas, implora para que retornam para casa, mas os cervos (seus filhos), alegando que seus chifres não passariam pela porta, dizem que a sua nova vida agora é a floresta e a convivência com a natureza pura.



Pessoalmente falando, minha obra preferida do Bartók. Apreciem.















I. Molto Moderato (8:18)
II. Andante (8:03)
II. Moderato (3:24)


25 MB | mp3

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