Como o Fabricío Vieira observou muito bem no seu
post sobre o Perelman no
Free Form Free Jazz, a abstração foi tomando lugar importante na obra do saxofonista, muito pelas parcerias as quais ele foi desenvolvendo (Matthew Shípp parece ser um dos mais importantes neste sentido). O álbum em questão, Bendíto of Santo Cruz, parece ter uma importância vital na obra do Perelman, como um ponto comum entre os anos 2000 e a década de 90, algo que ajustadamente condensa os dois.
É um álbum primoroso, absolutamente fantástico. A segunda faixa, Macumba, não poderia ser mais cartesiana e solipsista, e o clima disso é grandioso.
Perelman devia ser ensinado nas escolas, tocado nas academias, ouvido nos bailes da terceira da idade, durante cirurgias cardíacas, em luais de estudantes de medicina, no radinho daquele ambulante maroto, nas esperas de chamadas das malditas e miseráveis operadores telefônicas, em torneios de bocha, na rua, na chuva, ou na fazenda, ou numa casinha de sapê. Ivo Perelman é vida.
Ivo Perelman: tenor saxophone
Matthew Shipp: piano
tracks:
Bendito of Santa Cruz (Take 1)
Macumba
Anglo
Roses
Zé Do Vale
Cego
Cana Fita
Bandeirantes
The Lion
Bendito of Santa Cruz (Take 2)
320 kbps | 110 MB
FLAC | 261 MB
Marcadores: Ivo Perelman, Matthew Shípp