Postado por Andre Carvalho
em domingo, 20 de dezembro de 2015.
Que álbum meus amigos!
"Hoppy Kamiyama is an artist whose many and varied creative incarnations resist definition. He has produced work in a significant quantity of different genres, some of which would not formally fit the P.A. mold. Nonetheless, even those titles which might better suit a noise-punk or classical leaning tag often display a great number of visionary and/or experimental elements which easily defy any staid definition applicable to their overall genre - they move with a feel many would indeed call "progressive." Some of the titles which fit the Avant-Proggressive tag are albums he has released under his own name as a solo artist, and these are the albums for which he has garnered this particular listing. Kamiyama's creative touch spreads far and wide regarding avant-prog music - he has produced, released on his label, and played in a number of bands that are either currently, or soon slated to be, listed in the P.A. database: bands such as Optical 8 (their discography was released on God Mountain label), Daimonji, Soft Mountain, Altered States, Ground Zero, Tipographica, Koenjihyakkei, Ex-Girl, Korekyojinn, Demi Semi Quaver, etc.
It's hard to say which is the greatest and most influential recording by the man who invented the modern concept of the keyboardist/composer/producer, and Hoppy has made about 200 CDs over a nearly 32 year career." Fonte
Postado por Andre Carvalho
em quarta-feira, 16 de outubro de 2013.
Certamente épico não é o adjetivo adequado para esta maravilha do Zorn, até porque o termo épico sempre me faz saltar na cabeça a imagem do Conan. O certo é que parece ser impossível a reunião de Ribot, Rob Burger e Kenny Wollesen não produzir algo singelo e grandioso ao mesmo tempo.
Em julho de 2008, Zorn foi informado por Ribot que sua querida amiga e diretora Natalia Almada estava considerando chamar Zorn para compor a trilha sonora de seu próximo filme, um documentário sobre a vida do general mexicano Plutarco Elias Calles. O general Plutarco Elias Calles governou o México no período da Guerra Cristera, entre 1926 e 1929, guerra essa que teve origem quando em 1917 houve mudanças na constituição que retiravam e muito a influência da igreja sobre o estado. Os cristeros, como assim se auto-proclamavam, pois acreditavam estar lutando pelo prórpio Jesus Cristo, se rebelaram contra estas mudanças; depois de um longo período, quase uma década depois das mudanças constitucionais, a guerra eclodiu. Os 3 anos que se seguiram de conflitos deixaram cerca de 90 mil mortos.
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Zorn havia composto recentemente outras trilhas sonoras, e estava finalizando alguns projetos, por isso deixou Natalia procurar por outros compositores que pudessem aceitar o trabalho, sem contudo abandonar o projeto em definitivo, deixou uma porta aberta para caso a diretora ainda necessitase contar com ele.Cinco semanas após Zorn ter tomado esta decisão seu telefone tocou, era Ribot pedindo um favor, Natália foi infeliz em conseguir outro compositor para a trilha de seu documentário. Sendo Ribot como disse Zorn, um dos seus mais queridos amigos e um dos seus colegas mais íntimos, sentiu um peso de responsabilidade pelo projeto e o aceitou mesmo com certo receio.
Natalia era relutante em se usar música tipicamente mexicana na trilha, "nada de mariachis, rancheras ou música norteña". A diretora queria algo mas minimalista "como Phillip Glass, e não tão dramática". A música pensada e escrita por Zorn era muita mais abstrata, colorida e dramática do que a preterida pela diretora, "mas não uma dramaticidade ingênua, uma dramaticidade que demonstrava o constante diálogo entre a luz e a escuridão, o bem e o mal". De fato, a metáfora é um gênero de linguagem muito pobre tanto para a música como para o cinema (isso não impede que com maestria alguns diretores/escritores a consigam usar muito bem), mas na maioria dos casos é sempre desastrosa. Vejam só o caso do tão aclamado livro "A Revolução dos bichos" do Orwell; mesmo o escritor tendo intencionado dar um caráter totalmente didático a obra, literiariamente A revolução dos bichos é extremamente pobre, e mesmo em se tratando de uma crítica a um regime político, a mesma ainda é carente e superficial; a metáfora parece estar tão intrincada na mente do autor que a obra já nasceu absolutamente limitada; porque não citar "A longa jornada" do Richard Adams então como crítica de alguma coisa e de algum regime? O livro em questão de Adams não lida com metáforas óbvias e pobres e por isso vai mundo mais fundo na psicologia e mazelas da alma humana, organização da sociedade civil e tudo o mais. Antes, Adams investe sobre as impressões de situações, como lidamos com dados contextos. A ligação de tudo isso com o álbum do Zorn é que não há metáforas pobres, os temas mexicanos não aparecem para compor uma história e um cenário tipicamente mexicano. Bejos de Sangre por exemplo, consegue de uma forma quase inimaginável nos por nesta situação de bem e mal, luz e escuridão citada por Zorn. Nós viajamos ao México do ínicio do séc. XX, sem dúvidas, mas não vamos através de "pontes" fracas e imediatistas, e sim através de profundas impressões, nos guiando puramente pelo sentimento.
Um dia antes de entrar em estúdio para gravar o álbum Zorn mandou um e-mail alertando para Natalia a disparidade da música a qual ela desejava da música pensada por ele, perguntando se ainda assim poderiam gravar ou não. A resposta da diretora foi dada em uma palavra: "Adelante!"
Mas, o desfecho da história não foi o esperado; Natalia havia contratado um outro músico as escondidas para compor a trilha, e somente 3 das 10 faixas compostas por Zorn e companhia foram utilizadas no filme. Zorn simplesmente brincou com a asituação, dizendo ser a moral da história: "Confie nas suas primeiras intuições".
Bass – Greg Cohen
Guitar – Marc Ribot
Marimba, Vibraphone, Drums – Kenny Wollesen
Piano, Accordion – Rob Burger
Composed, Arranged, conducted and produced by John Zorn